Não há garantias

Vivemos num mundo regulado. Produtos perigosos são obrigados a colocar avisos de que são perigosos. Brinquedos que possuem partes pequenas são obrigados a colocar isso no rótulo. Vivemos na sociedade da faca sem ponta.

Adicione-se a isso o fato de quando sermos crianças, nossos pais fazerem de tudo para satisfazerem nossas necessidades, nós crescemos achando que o mundo é um lugar desenhado para que tudo esteja sempre bem e para que o indivíduo seja feliz e completo.

Exceto que esta não é a verdade.

O mundo é um lugar frio e mecânico, regido pela lei da causa e consequência, onde as coisas acontecem porque devem acontecer, e não por algum senso de justiça existente somente na mente humana. Em outras palavras: não há garantias de que você irá se dar bem na vida. Esta é sua obrigação, não seu direito.

Muitas pessoas parecem não ser capazes de entender este simples conceito, o que leva a muitos problemas, inclusive psicológicos. A vitimização e a coitadização do eu é um grande problema da sociedade contemporânea, ao meu ver. Pessoas processando o McDonald’s ou a indústria do tabaco por sua saúde menos-que-perfeita deveriam ser uma piada num mundo normal. Quanto mais as pessoas se acham vítimas do mundo e incapazes de mudar o seu futuro, menos fazem no seu presente algo para mudá-lo. Isso leva a uma vida estagnada, depressão, falta de prosperidade e uma espiral decrescente na vida.

Quem é que disse que seria fácil? Quem é que disse que seria justo? Quem é que disse que sofrer é merecer? Quem é que garante que você irá encontrar sua cara-metade que vai gostar de você “do jeito que você é”? Quem é que disse que a felicidade é um estado natural?

Só você tem a obrigação de se tornar a pessoa que quer ser. “Torna-te quem tu és”. Talvez aí sim a vida seja generosa com você e todas as coisas venham ao seu encontro. Até lá, trabalhe muito para evoluir, seja generoso com a vida e aceite o que vier de bom grado, pois o Universo não lhe deve nada.

Um pensamento sobre “Não há garantias

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