Hoje resolvi reaprender código morse.
Isso porque me peguei dizendo que sabia código morse, mas tinha esquecido uma parte. Bom, saber algo mais ou menos e não saber dá na mesma. Então resolvi que quero saber a coisa toda.
Este fato banal agrega dois conceitos importantes:
- integridade: se eu quero dizer que sei código morse, é melhor eu realmente saber código morse
- se for fazer algo, faça direito
Ser geek, ao contrário do que muita gente pensa, não é gostar de computador. Geek é qualquer pessoa que tem uma curiosidade maior que o normal por determinado assunto. Temos os computer geeks, os politics geeks, os film geeks e assim por diante.
Juventude descompromissada
Adoro minha vida de adulto, mesmo com todas as responsabilidades e cobranças que dela advêm. Mas quando me lembro da minha infância, adolescência e pós-adolescência, lembro também que adorava criar mini-projetos sobre qualquer coisa e mergulhava de cabeça naquilo por quanto tempo fosse necessário. Desde o clubinho que tentei fazer com meus amigos quando era criança, até aprender a fazer sites pessoais aos 12 anos, ou escrever guias para videogame aos 18, ou criar diversos sites experimentais e depois largá-los. Eram tarefas que não me traziam nenhuma remuneração mas me davam satisfação enorme. Me sentia realmente em estado de flow quando imerso em aprender/realizar isso tudo.
Voltando ao código morse
Eu já tinha aprendido código morse quando mais novo. Como toda nova “língua” aprendida, mais se apaga da memória quanto menos se pratica. O mesmo aconteceu comigo quando aprendi Esperanto básico.
Muitos de nós sabemos qual o próximo carro queremos comprar, ou o próximo “brinquedo de adulto” (blu-ray, tv de lcd, smartphone) mas não é isso que dá o gosto à vida, e sim as experiências.
Minha irmã se formará em Lazer e Turismo, e fico muito feliz por isso. Esta é uma profissão que estará cada vez mais em alta, porque quando as pessoas possuem suas necessidades básicas preenchidas, mais dinheiro não equivale a mais felicidade. Entretanto, mais experiências inesquecíveis, sim. E um profissional treinado para esta função, de criar experiências inesquecíveis, se tornará cada vez mais importante.
Gostar de fazer algo e se aprofundar nisso é muito legal, e faz tempo que eu não sentia isso. Por mais que eu goste de fazer meu trabalho, tudo que é feito com obrigação, eventualmente enjoa.
Concluindo
Ache algo que lhe apeteça (artesanato, pintura, alpinismo, aprender uma nova língua, planejar uma viagem) e caia de cabeça. Ser um geek da vida é bom para seu cérebro, para o seu humor e quem sabe esta coisinha estranha que você aprendeu não se conecte algo realmente importante no futuro?